Os primeiros implantes foram setenciados ao fracasso já que não eram conhecidos os conceitos relativos à infecçao, materiais e reação biológica.
Em 1775 houve a primeira fixação de ossos fraturados com fios de ferro, causando controvérsias a respeito da reação dos tecidos ao implante. A infecção era o principal problema causado pelo implante. Em 1829 J. Levert estudou a tolerância dos tecidos aos fios de vários tipos e concluiu que o fio de platina era, na época, entre os materiais disponíveis, o que era melhor aceito pelo organismo.
Em 1880, J.Lister suturou patelas fraturadas usando fios de prata e com auxílio de da cirurgia "anti-séptica", conseguiu um quadro pós operatório sem infecção. Deste dia em diante entrou-se na era moderna da cirurgia asséptica, podendo-se distinguir entre a reação dos tecidos por causa do implante e a inflamação devido à infecção. Infecção nao causada pelo implante mas sim pela cirurgia.
Em 1886, H. Hansmann relatou o uso de placas de metal e parafusos para fixaçao de osso fraturados. Por volta de 1900 na Alemanha, pregos de ferros chapeados de ouro começaram a ser utilizados. Depois de tentar metais nobres, A. Lambotte recomendou o mesmo material para fazer implantes com resistência adequada tanto quanto com biocompatibilidade - embora o termo biocompatibilidade ainda não tenha sido criado. Ele estava procurando materiais resistentes a corrosão. Pelo termo biocompatibilidade implica-se a uma tolerância mútua entre o implante e o hospedeiro. O implante não deve corroer ou degradar. O hospedeiro não deve ser afetado pelo implante.
A primeira tentativa séria de se avaliar a biocompatibilidade, era o começo da ciência de biomateriais moderna, foi em 1924 quando A. A. Zierold relatou seu estudo de metais em cachorro.
No periodo da 2ª Guerra Mundial, avanços incontestáveis aconteceram em diversas áreas, em relação à biocompatibilidade. Contatou-se, por exemplo, que ligas de cromo-cobalto-molibdenio, tântalo e titânio eram compatíveis aos tecidos.
Em 1947, Charles S. Venable e Waltes G. Stuck relataram seus resultados em uma liga de cromo-cobalto-molibdênio, chamada vitallium, para uso dental, concluindo que a liga era resistente à corrosao e biologicamente bem tolerado.
Em 1951, Jergesen e Leventhal relataram o uso de titânio em sua forma comercialmente pura para a manufatura de parafusos e placas. Suas propriedades mecânicas eram bem aceitáveis e a resistência à corrosão era boa. Desde então, nos E.U.A. e na inglaterra, tem-se usado titânio para manufatura de moldes
ortopédicos, placas e parafusos. A experiência clínica foi boa com excelente resistência à corrosao e mínima reaçao dos tecidos.
Atualmente há a necessidade de encontrar materiais mais confiáveis para uso como biomaterial, principalmente em relação as propriedades mecânicas. Com isso procura-se metais e ligas com excelente biocompatilidade, passividade quimica extrema e propriedades para um bom comportamento em longo prazo.
Os Biomateriais podem ser divididos em quatro gerações:
1ª - Utilização de ouro e marfim na reposição de dentes, vidro para reposição do globo ocular, aço ou madeira para confecção de prótese de membros.
2ª - Uso de materiais estruturais. Aproveitamento de materias avançados, desenvolvidos para outras aplicações (indústria automobilística, aeronáutica e bélica). Ex.: Liga de titanio, lentes acrílicas, teflon.
3ª - Aprimoramento dos materiais. Desenvolvimento de materiais específicos com características específicas de acordo com a aplicação.
Ex.: Válvulas cardiacas e marcapassos.
4ª - Emprega os conceitos de Biomimética e Engenharia de Tecidos.
Biomimética : Busca a reprodução de formas e/ou função de tecidos biológicos.
Eng. Tecidos: Emprega a tecnologia de materiais para desenvolver estruturas que sejam capazes de servir como substrato para cultivo de células "in vitro" de forma a desenvolver um novo tecido.
Refere-se ao uso dos princípios e métodos da engenharia e ciências da vida para entender os fundamentos das relações estrutura-função de tecidos normais e patológicos e assim fundamentar o desenvolvimento de substitutos biológicos para restaurar, manter ou melhorar funções de diferentes tecidos ou órgãos.
Fontes:
http://www.athena.biblioteca.unesp.br/exlibris/bd/bba/33004056083P7/2008/niemeyer_tc_dr_bauru_prot.pdf
https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:J0AeKPgX_WMJ:www.feq.unicamp.br/~cobeqic/palbiomat.ppt+historico+biomateriais&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESgngm9akTaA9ATW8GdbZ-dLEyZboliKqvxweqnrbcadS7_2KuMoFsvQxm96BxJwJV-d0N35SWsZH3HLNpA81mY9VjogYpCLyZu2yggwJQeNQtjG3EyVV4rJxxIv_c1AWLmXFGC3&sig=AHIEtbTS5H03js7sZ9HL0-b5N14SzNfozA&pli=1